quarta-feira, 26 de junho de 2013

O Manuel e a Maria

O Manuel caminhava alegremente quando viu Maria a chorar atrás de uma árvore.
Sem conseguir esconder a curiosidade, foi para perto dela para tentar perceber o que se tinha passado. 
Quando o viu, atrapalhada, limpou as lágrimas, sorriu e foi-se embora. Sem pressas, desvaneceu no horizonte de arvores... 
Manuel não conseguiu deixar de reparar na facilidade com que as pessoas se escondem. 

sábado, 22 de junho de 2013

Olá, sou o Manuel

Olá, sou o Manuel.
Hoje fui, hoje sou, amanhã serei.
Já não tenho dúvidas, porque já não penso.
Sou feliz.
Até amanhã!

Crítica tecnológica

O horror de tempo que passamos em frente a um ecrã. As horas que podíamos passar a ler, a escrever, a ouvir música, a compor, a degustar o tempo.
A desesperante necessidade de saber o que fazem os outros. A incurável sede da aprovação alheia que nunca é saciada. Tudo isto nos afasta de nós, tudo isto nos leva para onde não devíamos ir. Paramos de questionar, paramos de pensar. Para que serve então a concordância de um estranho, se passado uns tempos, os estranhos passamos a ser nós. Para que serve conhecer os outros, se a cada momento nos conhecemos cada vez menos?
Digamos que todos se esquecem que saber estar sozinho é a melhor maneira de não estar só.
É verdadeiramente decadente a forma como algo como um simples clique pode alterar a forma como alguém se vê, sendo um movimento tão insignificante, que por detrás só tem impulso.
É de condenação pessoal a importância que se dá a gestos inconscientes, a coisas que saem de um cérebro esbranquiçado pelo uso da tecnologia.


Esquecer, sentir, e voltar a esquecer

Como sabe bem suprimir os sentimentos!
Oh... Deixar de sentir, de sentir, de sentir, de sentir... Esquecer o eco incessante que sopra aos ouvidos. Deixei de sentir e, por momentos, senti-me feliz. Sem qualquer "mas", fui feliz.
Voltei ao meu estado habitual, à minha corrupção mental indiscutivelmente assídua. Precipitei tudo o que em mim havia, para chegar de novo às inúmeras camadas que durante tanto tempo tentei descascar.

Já pousei a faca.

Já só escrevo para mim.


Esquecerei tudo o que disse. Nesse momento serei feliz outra vez.