terça-feira, 9 de julho de 2013

O Manuel caiu.

...   ...   ...   ...   ...   ...   ...   ...   ...   ...   ...   ...   ...   ...   ... corria e ...   ...   ...   ....   ... corria ...   ...   ...   ...   ...   ...   ...   ... e ....   ...  e ...   ... e ...  e ..e .. e .e,    caiu...
Sem forma, sem jeito e com muita muita vergonha, Manuel caiu no meio do relvado que não tinha fim.
Era verdade, o relvado nunca nunca nunca acabava, mas o que acabava, era a sua dignidade. À medida que foi recuperando os sentidos, Manuel ouvia risos, que não eram aqueles risos normais e saudáveis, eram risos de gozo, aqueles que ele mais odiava.

Todos os dias se recostava numa ombreira, onde de manhã, estava sombra, era escuro e ninguém o via. Era a forma que encontrava para estar em paz consigo mesmo. Era a única maneira que tinha para dar atenção às vozes que falavam na sua cabeça. 

A rejeição já era tão insuportável, que Manuel achou que se nunca mais falasse, tudo passaria ao seu lado e não o atingiria. Manuel seria invisível, como tantas vezes desejara.
Oh, que felicidade, que rubor intenso que sentiu ao realizar esta magnífica ideia! 

[À noite]

Oh, que tristeza, tão grande e tão profunda. Ninguém lhe falou. A verdade é que, ao tentar que nada o atingisse, acabou por ser esfaqueado pelas costas, pela arma mais poderosa de todas, a solidão.

Nesse dia, entendeu o que era, na verdade, ser só. Nunca mais esqueceu esse sentimento, que para ele, parecia uma forma de viver...

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