sexta-feira, 25 de outubro de 2013

O Manuel foi à cidade.

Um dia fui à cidade, vi as luzes, ouvi os carros, as buzinas, as injúrias das pessoas com pressa para a vida de uma vida sem pressa de nada.
Reparei nas pessoas estáticas no metro, no autocarro, no comboio, de olhos vazios, de mentes em branco e gastas até à tona do seu ser. Já não sabiam ser pessoas.
Quando regressei, desejei aquela paragem, sem paragem alguma, desejei absorver em mim tudo o que meu não era.
A mãe disse-me que eu a fazia lembrar-se de um tal Álvaro de Campos. Não estou a ver quem seja tal senhor, porque não há nenhuma família Campos na minha aldeia. Só me disse que ele sonhou o maior e o pior sonho do Homem.
Cheguei a conhecê-lo, embora nunca nos tenhamos cruzado.

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